Nos anos 40, a
instrumentação de processo confiava em sinais de pressão físicos de 3–15psi
para monitorar os dispositivos de controle no chão-de-fábrica.
Já nos anos 60,
os sinais analógicos de 4-20mA foram introduzidos na indústria para monitorar
dispositivos de campo.
Com o
desenvolvimento de processadores nos anos 70, surgiu a idéia de se utilizar
computadores para monitoração de processos e se fazer o controle de um ponto
central. Com os computadores, várias etapas do controle poderiam ser feitas de
forma diferentes de modo a se adaptar mais precisamente as necessidades de cada
processo.
Nos anos 80,
começou-se a desenvolver os primeiros sensores inteligentes, assim como os
controles digitais associados a esses sensores. Com o desenvolvimento dos instrumentos
digitais era necessário algo que pudesse interligá-los. Aqui, nasce a idéia de
criação de uma rede que ligaria todos os dispositivos e disponibilizaria todos
os sinais do processo num mesmo meio físico. A partir daí, a necessidade de uma
rede (fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse deixá-lo
padronizado para o controle de instrumentos inteligentes.
A busca pela
definição de um padrão internacional levou vários grupos a se unirem. Entre
eles: a International Society of Automation (ISA)], a International Electrotechnical
Commission (IEC), o comitê de padronização do PROFIBUS (norma alemã) e o comitê
de padronização do FIP (norma francesa). Esses comitês formaram o comitê internacional
IEC/ISA SP50 Fieldbus.
O
desenvolvimento deste padrão internacional demorou muitos anos. Em 2000, todas
as organizações interessadas convergiram para criar o fieldbus padrão IEC, que
foi denominado IEC 61158 com oito protocolos distintos listados a seguir:
·
Tipo
1 — FOUNDATION Fieldbus H1
·
Tipo
2 — ControlNet
·
Tipo
3 — PROFIBUS
·
Tipo 4 — P-Net
·
Tipo 5 —
FOUNDATION Fieldbus HSE (High Speed Ethernet)
·
Tipo
6 — Interbus
·
Tipo
7 — SwiftNet
·
Tipo
8 — WorldFIP
Mesmo com estes
padrões, não foi possível abranger todas as aplicações na indústria. Mais
tarde, então, foi criada a IEC 61784, como uma definição dos chamados “profiles”
e ao mesmo tempo foram corrigidas as especificações de IEC 61158. A tabela 1
mostra os padrões com os seus respectivos “profiles”.
Figura 1 – Tabela
IEC 61784
Como pode ser
observado na tabela 1, os padrões para vários protocolos de Ethernet já foram
incluídos. Estes padrões utilizam o meio físico da Ethernet bem como os protocolos
IP, TCP e UDP.
Há vários fieldbuses
no ambiente industrial. As redes DeviceNet, PROFIBUS, Interbus, Fieldbus
Foundation e outros são utilizados em muitas aplicações. Todos podem ser
utilizados de acordo com a preferência e, às vezes, com a aplicação. O que era
necessário era que estes fieldbuses, de fabricantes diferentes, pudessem ser adaptados
à tecnologia Ethernet e desta forma pudessem
interagir uns
com os outros.
Atualmente, cada
fabricante já tem sua solução para o ambiente industrial em Ethernet: o
PROFINET, da associação PROFIBUS, (que é uma evolução do PROFIBUS), o
Ethernet/IP, da associação ODVA (onde IP quer dizer Industrial Protocol) e cuja
proposta é uma evolução do Devicenet e Controlnet, e o HSE (High Speed Ethernet)
da associação Fieldbus Foundation (que interconecta as redes H1 – Foundation
Fieldbus) são exemplo e padrões, conforme apresentados na tabela 1.
Com a existência
de uma grande quantidade de soluções para Ethernet Industrial, acabou-se por
não ter a interoperabilidade desejada. Isto porque cada fabricante ou grupo desenvolveu
suas soluções incompatíveis com os demais, por exemplo, PROFINET da associação PROFIBUS
não se comunica com o Ethernet/IP da ODVA. De uma forma ou outra a Ethernet
conseguiu sua penetração no ambiente industrial, porém alguns problemas começaram
a surgir nesta fase inicial.
No principio, a
Ethernet não foi considerada ideal para a indústria por não ser determinística.
No meio de acesso ao sistema CSMA/CD as colisões são detectadas e, em seguida,
há uma contagem de tempo aleatória para uma nova transmissão. Este método não
parecia uma solução muito atraente para a indústria porque não se garantia realmente
que os dados fossem realmente transmitidos. Podem ocorrer várias colisões
sucessivas e algumas informações podem perder sua importância durante este tempo
em que ocorrem os conflitos. O uso do switch industrial amenizou este problema.
O switch industrial
é composto de várias portas, com buffer, mantendo o controle de colisão,
especificada no método CSMA/CD. Se houver duas transmissões simultâneas, como o
switch tem portas independentes, pode-se transmitir a informação de uma porta e
reter a informação da outra, em um buffer, para ser transmitida posteriormente.
Assim, assegura-se que sempre que uma informação for transmitida na rede ela
chegará ao seu destino. Desta forma, a Ethernet teve realmente uma chance mais
concreta de penetrar no chão-de-fábrica e, se havia alguma dúvida da sua
participação na indústria, hoje sua presença no chão-de-fábrica é um fato concreto.
Assim, a Ethernet pode ser considerada mais aplicável ao ambiente industrial.
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